O colaborador previsível é uma figura necessária no universo do trabalho. Ele é, ao mesmo tempo, uma constante e uma força invisível que move as engrenagens fundamentais das empresas. Não é alguém que se destaca por palavras grandiosas ou gestos dramáticos. Sua marca está na entrega silenciosa, na força inabalável de quem compreende que o verdadeiro valor do trabalho está no fazer, no construir, no transformar. Ele não precisa de aplausos. Ele é aquele em quem sempre se pode confiar, e talvez seja exatamente isso que o torna tão raro.
TRABALHADOR PREVÍSIVEL
Se você o encontrasse em um andaime, ele estaria no topo da torre. Ali, onde a estrutura ainda é incerta, ele estaria à frente, garantindo a segurança dos outros, pavimentando o caminho para que os colegas possam subir com confiança. Ele é aquele que assume os riscos, não por heroísmo, mas porque os calculou antes dos outros e porque entende que alguém precisa fazê-lo. Sua presença não inspira e nem contagia. Ele não fala em excesso, mas cada gesto de trabalho é um discurso silencioso sobre o que significa ser comprometido.
No intervalo do café, ele não permanece muito tempo. Bebe seu café devagar, como quem saboreia um breve momento de pausa. Mas ele não se demora. Não é por pressa ou indiferença; é porque ele entende que certas conversas não constroem, não agregam. Quando o tom muda para falar da vida alheia, ele se retira em silêncio. Ele não julga, mas também não compactua. Para ele, o trabalho é um espaço de respeito, e o respeito começa com aquilo que dizemos e fazemos.
É curioso notar que raramente ele ocupa cargos de liderança, não porque lhe falte competência, mas porque recusa o jogo político. Ele não se vê envolvido em intrigas ou em estratégias de influência que parecem dominar as esferas mais altas. Ele prefere o chão firme, onde as ações valem mais do que as palavras, onde o mérito se mede pelo esforço e não pelo poder. Ele sabe que o verdadeiro impacto não está em um título, mas na qualidade do que ele entrega. E ele entrega – sempre.
Ele me lembra Romero, aquele jogador do Corinthians. Não é o mais habilidoso, talvez nem o mais brilhante em termos técnicos. Mas sua entrega é inquestionável. Corre pelo time inteiro, marca, defende, ataca. Romero é o tipo de jogador que faz a diferença não pela genialidade, mas pelo compromisso absoluto com o trabalho. O colaborador previsível é exatamente assim: um trabalhador que não deixa dúvidas, que faz o que precisa ser feito sem esperar recompensas imediatas, porque para ele, a satisfação está em saber que contribuiu, que fez a sua parte, que foi essencial.
É reconfortante saber que existem pessoas assim. Em um mundo onde muitas vezes nos deparamos com incertezas, ele é a certeza de que o trabalho será concluído. Ele não precisa ser lembrado, porque sua presença é constante. Ele não busca protagonismo, mas é o pilar que sustenta tudo ao seu redor. Quando você precisa dele, ele está lá. Não porque alguém pediu, mas porque ele já havia se comprometido em estar.
Esse tipo de profissional é a alma do trabalho bem feito. Ele não se questiona se deve cumprir suas responsabilidades; ele simplesmente cumpre. Não há hesitação, não há desculpas. E, mesmo assim, ele não é rígido. Ele se adapta, aprende, cresce. Ele é aquele que se mantém firme em meio à tensão, que segura a estrutura enquanto os outros buscam abrigo. Ele entende que o valor de seu trabalho somente feito, e não perfeito.
No almoço ele come rápido e logo trata de descansar. Aproveita o tempo vago e confere como está a família, se estão todos bem. Ele entende que o valor do trabalho não está no lucro do patrão, mas sim em quem ele deixa em casa quando sai para trabalhar. O colaborador previsível não trabalha apenas por ele mesmo. Ele entende que seu esforço é parte de algo maior – sua família e filhos.
Você encontra trabalhador previsível como padeiro que acorda de madrugada para garantir o pão fresco de cada manhã. Ele é o montador de andaime que constrói com segurança as alturas que outros alcançarão. Ele é o técnico que revisa cada detalhe antes de liberar a máquina, porque sabe que um erro pode custar caro. Ele é todos esses, e mais. É o profissional silencioso e discreto, mas cuja dedicação transcende o individual e toca o coletivo.
O colaborador previsível não é perfeito, e nem precisa ser. Ele também comete erros, como qualquer outro profissional. Mas há algo que o distingue: a maneira como ele lida com essas situações. Seus deslizes não vêm acompanhados de justificativas evasivas ou acusações veladas. Quando falha, ele encara o erro com a mais honesta e atualmente rara das frases: “Cometi um erro aqui, você consegue me orientar para consertá-lo?” Essa postura, em um tempo onde a tendência é buscar culpados em colegas ou processos, revela sua força de caráter. Ele não é de perfeição, mas sim de responsabilidade. E isso o torna confiável acima de tudo.
Eu conheço trabalhadores assim com nome de Diogo, de David, de Hugo e de Clayton. Conheço um Luiz Henrique também. São pessoas que cruzaram o meu caminho e mostraram o verdadeiro significado de comprometimento. O colaborador previsível não busca ser um herói ou ter destaque. Ele é humano, com suas imperfeições, mas também com uma integridade. Ele está lá, sempre. Não porque é infalível, mas porque é confiável, e essa é a qualidade que mais importa no mundo do trabalho. Ele é aquele que, mesmo nos momentos de incerteza, oferece a segurança que todos procuram.
Aqui na GENIA nós apreciamos profissionais assim. Se você é alguém que não é uma estrela, mas é alguém em quem sempre se pode confiar, queremos você no nosso time. Ou talvez você conheça alguém assim e queira marcar essa pessoa aqui embaixo nos comentários. Acreditamos no valor do trabalho feito, que é melhor que perfeito – na força daqueles que entregam não mais do que prometem. O mundo precisa de mais pessoas assim. E nós também. Temos vagas na área técnica. Admiramos de longe os “brilhantes” mas preferimos os previsíveis. Em um mundo onde todos dizem que são Embapé e Neymar nós preferimos Romero.
